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quarta-feira, 21 de outubro de 2009

ESCOLA MUNICIPAL CANAÃ NO MUNICÍPIO DE CANABRAVA DO NORTE - PROFESSORA NILZA COM SUA TURMINHA DE 5ª SÉRIE. SETEMBRO DE 2009.



"Haverá lugar para a Literatura infantil (ou para a Literatura em geral) nesse mundo da informática que nos invadiu com força total?" (...)
Estamos com aquele que dizem: sim. A Literatura, e em especial a infantil, tem uma tarefa fundamental a cumprir nesta sociedade em transformação: a de servir como agente de formação, seja no espontâneo convívio leitor/ livro, seja no diálogo leitor/ texto estimulado pela escola. (...) (Novaes Coelho 2000). 


É nessa concepção de ensino de leitura e escrita e pensando em inovar  que a professora Nilza está empenhada na realização do projeto Leitura e Reconto com os alunos de 5ª e 6ª série. Segundo a professora  este projeta “justifica-se pela necessidade de promover ações que propiciem aos alunos ampliar seus repertórios de leitura e conseqüêntemente aperfeiçoar a Língua oral e escrita.” É nesse sentido um projeto bidimensional uma vez que estimula o trabalho com língua nessas duas vertentes. Os alunos tem acesso a várias leituras de obras fantásticas. Os gêneros mais escolhidos para a leitura são os contos em decorrência da preferência da faixa etária. Os alunos lêem, comentam a situação trazendo suas opiniões e em seguida realizam o reconto da história.


Segundo a proposta do projeto a gramática será também objeto de discussão e aperfeiçoamento, porém será trabalhada de acordo com as necessidades dos alunos na prática da escrita, ou seja, a gramática será trabalhada como conseqüência e não como imposição de regras já prontas em manuais ou livros didáticos.

Parabéns Professora Nilza pela iniciativa e disposição!

Precisamos realmente acreditar e levar a todos e principalmente aos nossos alunos a idéia de que “é ao livro , à palavra escrita que atribuímos a maior responsabilidade na formação da consciência de mundo das crianças e dos jovens(...) e que a palavra literária escrita está mais viva do que nunca(...)”(Nelly Novaes Coelho 2000).

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

OFICINA TP1

OFICINAS DE DISCUSSÃO DOS ELEMENTOS QUE COMPÕEM O TP1:

10/09 e 24/00 – CANABRAVA DO NORTE:
16/09 – SÃO JOSÉ DO XINGU E SANTA CRUZ DO XINGU:
26/09 – PORTO ALEGRE DO NORTE.

Os relatos das oficinas do tp1 abaixo mencionados, foram descritos por etapas:


Da motivação para as discussões e para a escrita.


 













“Não há uma Língua Portuguesa, há línguas em português.” (José Saramago). Foi nessa concepção de entendimento da língua que direcionamos nossas discussões nas oficinas realizadas no mês de setembro nos municípios dos quais acompanho na formação do GESTAR II.


Achei interessante a idéia de levar para os cursistas o vídeo “Língua – Vidas em Português”. Trata-se de um documentário de 105 minutos co-produzido por Brasil e Portugal e filmado em seis países(Brasil, Moçambique, Índia, Portugal, França e Japão). Dirigido por Victor Lopes, o longa-metragem é um mergulho nas muitas histórias da língua portuguesa e na sua permanência entre culturas variadas do planeta.


A discussão dos vários aspectos abordados no documentário suscitou uma ampliação nas possibilidades das propostas para a formação continuada dos professores, no que se refere à variação lingüística. Possibilitou discutir aspectos como: Protagonistas, geografias, crenças, culturas e histórias de pessoas que falam o português.


As discussões mesclaram as experiências que os professores vivenciaram em sala de aula com os diálogos trazidos no filme, o que tornou estas oficinas mais dinâmicas. Ouvir tantas personagens falando sobre o uso da língua, sobre suas experiências pessoais de vida, sobre seus anseios e desejos instigou a participação de todos. A Língua Portuguesa é realmente um corpo espalhado pelo mundo.

Fizemos a leitura e discussão do texto “A Língua do Futuro” de Orlando Senna. É um artigo de opinião em que o articulista levanta uma questão polêmica, a de que os eruditos e puristas temem que a linguagem que os jovens usam para falar na Internet e nos celulares acabará com a língua portuguesa culta. O articulista valoriza essa linguagem dos jovens, comparando-os aos inovadores da literatura brasileira, mostrando que é a favor dessa transformação.

Não há como não ser cúmplice das idéias de Orlando Senna, pois, como a língua é dinâmica, suas transformações acontecem de acordo com as necessidades dos falantes, dos seus usuários. Desse modo não há como repreender os modismos entre os adolescentes ou mesmo entre os adultos mais ousados, que tentam acompanhar o ritmo das novas linguagens dos blogs, pagers, chats e outros...


Orlando Senna coloca ainda que os eruditos e puristas temem o surgimento de uma nova ortografia nascida da rapidez com que os jovens se comunicam em seus novos suportes de comunicação. Esse texto suscitou um debate bem apimentado. Muitos ficaram na corda bamba, indecisos em se posicionar. É compreensível tal atitude. Isso não acontece por falta de conhecimento, mas sim por insegurança. É que nós professores, sempre fomos mesmo que de maneira indireta, obrigados a seguir conteúdos pré-estabelecidos.



O momento da escrita: um desafio...


Outra atividade realizada que, aliás, para mim foi a de maior relevância nesses encontros foi a proposta de escrita. Propus aos nobres colegas que tentássemos registrar nossas impressões das discussões realizadas nessa oficina. Realizar um diálogo entre os textos lidos, as experiências vividas em sala de aula e as abordagens do documentário.

De início notei certa timidez por parte de alguns, natural isso. É que tenho observado que nós professores lemos muito, porém não praticamos com freqüência o ato de escrever. Escrevemos na maioria das vezes por algum tipo de exigência ou formalidade a cumprir.  Por certo se formos analisar nossas rotinas, é claro que nos falta o tempo. Mas o tempo temos que fazer. Não podemos nos entregar a esse velho discurso de que “não temos tempo”. Por isso lancei o desafio a mim mesma e aos meus pares.

Escrever não é tarefa fácil, mas necessária. Acredito que se centrarmos forças nas crianças e nos jovens, praticando a escrita em sala de aula como algo natural. Tal atividade se tornará um hábito. Mas como efetivar essa prática em sala de aula, uma vez que os próprios educadores não a realizam?


A avaliação da escrita: mais um desafio...

Após a escrita dos textos lancei mais um desafio: pedi que cada um trocasse o texto com um colega para que fosse apreciado. A princípio muitos ficaram um pouco receosos, mas coloquei a necessidade do trabalho cooperativo, da necessidade de sermos professores críticos e reflexivos. E para nos construir como tal, seria mais simples e interessante, se o fizéssemos com auxílio dos colegas, afinal ninguém é bom em tudo. E é bom lembrar que “se aprendemos através da interação com os outros”, então temos que enxergar nessa prática de leitura do texto do outro e vice versa uma possibilidade de crescimento profissional, de aperfeiçoamento das habilidades e competências necessárias ao docente.


O resultado dessa metodologia foi excelente. Ao final todos os cursistas avaliaram essa metodologia como algo positivo. Combinamos então que no próximo encontro retomaríamos os textos para conclusão, discutindo-os e apurando um texto coletivo para postar neste blog.


A Língua e a Aquarela de Toquinho e Vinícius: uma analogia interessante...


Os encontros iniciaram com a proposta de cantarmos a música AQUARELA de Vinícius de Moraes e Toquinho. Foi bom apreciar a melodia e a letra dessa música. Trouxe inspiração para as outras discussões.




Foi interessante a analogia feita por uma cursista. Ela disse:
Assim como traz a letra da canção Aquarela...


Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar
Vamos todos numa linda passarela
de uma aquarela que um dia em fim
Descolorirá....


Podemos comparar esse trecho da música com o uso da língua. Com tantas inovações trazidas na maior parte pelos jovens, não sabemos onde vamos chegar ou como serão as novas linguagens... como será a nova ortografia no futuro que já está tão próximo. É tudo muito imprevisível...é tudo muito fantástico...é muita criatividade....


Vai voando, contornando a imensa curva norte e sul...


Ah!!!...A Língua Portuguesa é mesmo um corpo espalhado pelo mundo e se metamorfoseia constantemente!


Professores escritores: uma realidade possível?




Assim como Geraldo Vandré lutou contra a ditadura utilizando para isso palavras que traduziam um discurso à frente do seu tempo, temos que desenhar um novo perfil de professor de Línguas. Assim, nas palavras de Vandré deixo meu apelo a mim mesma e aos meus nobres colegas:
Vem vamos embora que esperar não é saber...
Quem sabe faz a hora não espera acontecer...


Vamos escrever?????...